domingo, 1 de maio de 2011

As coisas passam e a gente nem sente o gosto do tempo no ar.
Já se foi quase meio ano, e eu ainda me sinto contando os últimos segundos pro anterior acabar.
Eu sinto o vento empurrando as coisas no caminho, tão rápido que a gente nem entende como que aconteceu.
Eu vejo as pessoas e já não sei quem é quem mais e por que estão todos aqui.
Os sonhos se confundem em intermináveis medos. E enquanto eu devia estar fazendo algo útil, me pego emaranhada no sofá, pedindo pras horas não passarem, ou sumirem de uma vez, matando minhas dúvidas e ansiedades.
A vida é uma redonda que fica rodando sem parar, e os sonhos pintados sobre esta se confundem, se misturam, se perdem. E é exatamente por isso que a gente vai passar, a cada segundo respirado.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Indo

E a gente vê como é pequenininho quando sai pela porta de casa.

Quando te bate o desespero da falta de certeza. Quando te doi o peito pela saudade. Quando se quer gritar simplesmente porque não se sabe explicar o que se sente lá dentro.

E eu tentei entender, mas quanto mais eu tento menos compreendo.

E sai escondidada, toda preparada pra encarar o mundo e o que viesse junto, mas voltei correndo pra debaixo do cobertor porque chovia e tava frio e eu não queria mais ter que aguentar tudo aquilo.

Mas eu tinha que ir, e sai de novo, e de novo, e de novo, até que consegui chegar a esquina, e depois cruzar a rua, e andar pelo quarteirão. Até que a cidade toda já era minha, e esta ficou pequena e eu quis sair pra ver o que mais tinha ai.

E meus medos se misturaram todos com minhas poucas forças. E meus motivos se perderam com minhas faltas de razões.

E ao mesmo tempo em que me sentia forte e completa, eu chorava no cantinho, com medo e um buraco sangrando dentro do coração.

Meus pés doem de tanta poeira que bati com minhas botas, e minhas mãos já não tem o mesmo tratamento de moça que antes recebiam.

Mas nada doi mais que meu coração que foi batido, cortado, remendado, forçado, rasgado, cheio e vazio. É esse mesmo coração que arde com o circular de meu sangue, que me da forças pra seguir em frente, pra continuar buscando, continuar procurando aquilo que eu não sei o que é, mas é o que fomenta meus dias e me faz ir atrás do algo mais.
Eu não sei o que me move todos os dias, o que me faz rir, o que me mata de chorar, o que me sangra. Mas sei há uma chama muito mais forte que o medo de ficar estagnada pra sempre no mesmo lugar, e ser mais uma pessoa entre todas aquelas outras que estão lá respirando.
Meu viver se tornou muito mais forte do que o ato de por ar dentro de meus pulmões. E a cada passo que dou, a cada ferida que abro, a cada risada que doi a barriga, eu me sinto mais forte, mais viva, mais pra lá de qualquer lugar.
Indo ... e indo já tem bastado.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

cumpleaños de mi niño

Eu vou tentar ser o menos dramática o possível, afinal, não preciso deixar vc pagando o maior mico ai em plena Alemanha, aos prantos! ;)Fazer 18 anos, 20, 15, 3 ou 5, é a mesma coisa. O que importa são os dias passados entre essas datas, o que você viveu, quem estava com você, e essas coisas clichês todas.Eu não passo meu aniversário em casa desde os 16 anos. Mas esse é o primeiro aniversário seu que a gente não passa junto.Eu sei que ficar bêbado na Alemanha é muito mais legal do que ficar bêbado aqui comigo! hahaha (a comemoração seria a msm em qlq lugar não é msm??)Mas sozinha eu comemoro aqui do meu jeito a sua maioridade (olha só, agora vc não vai mais ficar me fritando: 'aaai será que eu entro? aaai eu pareço o joão?? aaai e se eu for barrado??') ;)Sabe, no começo era meio difícil a ficha cair que vc tava fora. Eu chegava em casa pensando nos bafões que eu tinha pra te contar e tals, e sempre ficava na seca. Teve um dia até que eu tava no trab ea mãe ligo me enchendo, querendo ajuda com o pc, ai eu peguei e flei: 'mãe! pede pro fred!' hahahaha pois éE eu não quero te deixar triste! Mas sabe o que eu aprendi esse tempinho sem você? Que a melhor tristeza que existe é a tristeza da saudade. Pq é um bom motivo pra se ficar triste. Eu tenho uma pessoa especial, que eu amo, e que doi laaaaa no fundinho do meu coração de pedra a falta dela. Pior do que sentir saudades de vc seria se eu não tivesse vc! Imagina que merda de vida a minha!?Com quem eu ia poder brigar, chingar, chantagear, fazer pagar mico? Em quem eu teria descontado toda a minha raiva a infância inteira? Gente eu ia ser bem mais problemática e reprimida! Creeeedo!E ai eu sei que voce ta curtindo um monte, aprendendo um monte de coisas, crescendo, virando hominho mimimimimE eu não vou ficar triste por isso! Lógico, de vez em quando na balada eu vou ficar bêbada e abrir o berreiro ... mas eu já fazia isso de qualquer forma não é?Então toda vez que eu sentir aquele aperto lá dentro, aquele nó na garganta, eu não vou ficar triste pq vc tá do outro lado do mundo e eu to aqui presa no meio desses loucos ... eu vou ficar feliz pq eu to sentindo uma dorzinha de saudade e essa dorzinha só existe pq existe vc, e pq eu te amo mto mto mto e pq vc faz parte de mim, da minha vida, do meu todo!Então nessses seus 18 anos completados, eu só quero que vc fique feliz, MTOOOO feliz, bem bebado, bjei umas 5 gringas branquelas nojentas, tente não gorfar ou gritar em outras línguas no meio da rua, nem bater em alguem, por favor, nao bata nos gringos!Enfim, q vc curta um moooonte, feste um moooonte e q, se por acaso sentir falta da sua irmã maluca, lembre-se q pelo menos ela existe p pentelhar vc, e q vc nao precisa ficar triste, q ela sente bem mais saudades q vc e ela ta aqui, pensando em vc com mto carinho e amor.E coma bastante crêpe de nutella pour moi, oui?beeeejoos niiiiño!!! have fun! feliz cumples!! e não chora pelo amoor de Deus, q vc q vai paga de mocinha! shauhuahuahuhate amo amo amo amo amoooooooooo;@@

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mandaram ela parar de chorar, ela tinha que enfrentar a vida de frente
Também não podia rir alto, porque era inconveniente e ela era apenas uma menina
Ela tinha que sorrir, mesmo quando doia no mais fundo da alma
Ela tinha que ser educada, quando todos cuspiam no chão pelo qual passavam
Ela tinha que ser correta, quando todo mundo somente mentia e cortavam os pulsos com pedaços de papel
para que a dor fosse mais intensa e a morte, extremamente mais lenta
A respiração tinha que ser contínua, nada de perder o controle
Os passos, determinados, nada de se perder
Mandaram-na ser livre, e traçaram um mapa inteiro, cheio de caminhos pelos quais ela era obrigada a percorrer e rotas pelas quais ela seria castigada, caso resolvesse se aventurar
Ela tinha que ser bonita, porque ninguém gosta de gente feia
Mas tinha que tolerar gente feia, porque ninguém ali era bonita ou fazia o menor esforço para ser
Pelo menos não por dentro
Ela tinha que ser completa e decidida, num mundo cheio de vazios e ecos e desespero
Deram-lhe a vida, mas lhe acorrentaram os pés
e mandaram que corresse e alcançasse o mundo
Quando ela nem ao menos conseguia sair do lugar.
Eu não quero te pedir muita coisa
só que você se sente ao meu lado e me deixe encostar a cabeça em seus braços
Não vou pedir pra você ficar aqui a vida inteira,
mas já que você parou um pouquinho, segure um pouco mais, fique um pouco mais
Deixa eu te contar alguma história, deixa eu fazer você rir
eu gosto tanto da sua risada, e eu gosto tanto do seu sorriso, e eu gosto tanto de quando você sorri pra mim
eu cansei tanto de ficar sozinha, de rir sozinha
e de ter risadas passageiras, conversas passageiras, vidas corriqueiras
eu só queria mais um pouquinho de tempo
é tudo tão rápido que você não passa o tempo curtindo as coisas
você passa as coisas esperando quando elas irão acabar
e eu não queria sabe?
eu não queria que acabasse de novo, que fosse tão rápido, que fosse tão simples
eu queria que você sentisse o que eu sinto quando o vento bate em meu rosto
e que você ouvisse os sons que eu ouço, e visse as cores que eu vejo
pode soar egoísta, mas eu também quero sentir os cheiros que você sente, os gostos que você gosta
eu quero rir confortável em seus braços porque eu sei que você se importa tanto quanto eu, que você acha graça tanto quanto eu
e que você também se sente sozinho
e que você também precisa que eu esteja ali naquele momento
eu corro todos os dias, o tempo todo, de tudo e de todos
e correr tanto cansa, acaba comigo
principalmente porque eu não sei do que nem por que eu estou correndo
e eu queria que no final do dia, quando eu estivesse morta de tanto correr,
eu pudesse simplesmente sair correndo e me jogar em seus braços
e ter certeza de que ali pelo menos, tá tudo bem

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Era uma vez uma menininha chamada Dulce.
Dulce era filha única de um casal meio desgovernado, tinha os cabelos emaranhados em canhos e uma pinta bem no meio do nariz.
Ela cresceu olhando o mar, sentindo cheiro de maresia, brincado entre conchas encharcadas de areia e dormindo com o doce embalar das
ondas.
Um dia, seus pais a pegaram nos braços e a levaram para longe do mar. Agora, de sua janela ela via somente pessoas em miniaturas e ouvia
barulhos fabricados. Ela nunca se sentiu tão só.
Então, a colocaram numa escolinha, para que conhecesse o mundo e fizesse amizades. Mas Dulce se sentia perdida no meio de todas
aquelas crianças iguais, com tanto em comum e que nunca tinha alcançado com os pés o doce salgado das águas onde cresceu. Ela era
diferente de todos eles, com aquela pinta que todos olhavam descaradamente, os pés descalço e os sonhos bem longe dali. Dulce sabia que
seu lugar não era ali e que nunca seria como todos eles.
Um dia, enquanto sonhava na caixa de areia, veio um pequeno ser brilhante e se sentou a sua frente, analisando Dulce com o mais distinto
entusiasmo. Dulce ficou pasmada, sem saber como agir, pois era a primeira pessoa que se metia em sua realidade.
- O que você está fazendo?
- Tentando sentir o cheiro do mar.
- E mar tem cheiro de que?
- Mar tem cheiro de água, de peixes, de barco, de gente, de vida.
- Hmm ... meu nome é Clara. E o seu?
- Dulce.
- Hmm ... então vamos brincar.
Clara uma menina branquinha, com lisos cabelos dourados e um vestido rosa claro com saia rodada e flores bordadas.
Clara pegou a menina pela mão, a levou para o meio do parquinho, onde todas as outras crianças brincavam fingindo não perceber. Com uma
canetinha de cor, Clara fez uma bolinha bem no meio do nariz e sorriu para a menina perdida. Assim, lhe mostrou suas bonecas, seus livros,
seus desenhos, seu lápis de cor.
Dulce contou para Clara histórias de pescadores, cantou canções para a lua e ensinou a amiga a virar estrela no chão.
Clara levou Dulce para casa, onde a mãe lhe fez doces e lhe sorriu com o coração.
Dulce mostrou para Clara sua coleção de conchinhas, seus segredos guardados e de noite, pediu para mãe que lesse para elas mais um livro
de aventuras distantes.
Dulce nunca tinha tido uma amiga que fosse real e Clara nunca tinha tido uma amiga de verdade.
Elas passavam a manhã enterrando contos no parquinho e a tarde desenterrândo-os no quintal, no jardim ou aonde quer que fossem brincar.
Num dia de muita chuva, Clara estava dormindo na casa de Dulce, e com os fortes trovões começou a chorar. Dulce deitou ao seu lado e
segurou sua mão.
- Amiga, não chore! A gente não pode ter medo da vida! Você me ensinou a não ter medo das pessoas, você tem que aprender a não ter
medo das outras coisas que vivem também.
Juntas escalaram o enorme sofá da sala e espiaram as nuvens se derreterem em água e o céu se desfazer em raios e sons. Elas ainda teriam
que perder muitos medos durante a vida, mas naquele momento, perderam juntas o medo do outro, de ter um amigo, de dividir a vida e de
poder amar alguém.
Relacionamentos são uma merda!! A gente passa a maior parte do tempo tentando entendê-los do que realmente curtindo a relação.
É aquela coisa, eu quero que ele faça tal coisa, mas eu não posso forçar a barra pra não parecer chata ou desesperada.
Eu tenho que ser calminha, porque afinal, ele ainda não teve a desgraça de me conhecer tão bem, e eu não preciso, ainda, assustar o menino.
Ai você tem que aguentar aquela baboseira de se conhecer, e descobrir os gostos, defeitos e qualidades do outro, ouvir um pouquinho de merda que não te interessa mas, vamos lá, vamos ser simpática e demonstrar algum interesse. Blá blá
Com amigos não é assim, você simplesmente conhece a pessoa, ela gosta do seu jeito e com o tempo, com a convivência, vai descobrindo seus podres e bem, a essa altura do campeonato ela já gosta de você o suficiente para se importar. Ou não né? Mas pelo menos os meus amigos são assim. Talvez por isso eu tenha tão poucos ...
Mas enfim, essa história de ser comedida e aprender a gostar da pessoa ... não sei não, eu acho que eu não tenho muita paciência
Ai você tem que ficar pegando qual é a do cara, o que ele faz, o que ele gosta, como ele reage a tais situações
e vamos combinar, todo mundo sempre reage super bem a tudo, desde que não tenho nenhuma relação sexo-afetiva com você
Aí tudo se afeta! Tudo causa ressentimento e 'poo você também não precisava ser assim'
Ai mas eu sou, e eu falo o que eu penso, me desculpa, mas não é porque é com você, é com todo mundo
Depois vem a parte em que você fica fritando se o cara tá na mesma que você, se ele te curte mais, se ele ta te enrolando, se ele não tá nem ai ... e amiga, convenhamos, isso gasta uma puta duma energia
E era toda uma energia que você poderia estar gastando curtindo aquele momento e bláblá
mas não, você fica vidrada interpretando os gestos e sinais e analisando cada respirar do pobre coitado tentando decifrar o que ele está querendo te dizer
Relações se gastam sem motivo algum porque a gente frita sem mesmo ter colocado o óleo pra que ela funcionasse e seguisse seu caminho natural
E eu to bem cansadinha disso